A curta-metragem “Arena” de João Salaviza, a única película portuguesa no Festival de Cannes, venceu a Palma de Ouro. "Arena" conta a história de Mauro, um rapaz que está a cumprir uma pena em prisão domiciliária e que enfrenta o dilema de transgredir a lei para acertar contas com um grupo de miúdos marginais. João Salaviza defende que "Arena" é um filme sobre violência urbana e juvenil, sobre bairros problemáticos que são verdadeiras "bombas-relógio".
A Palma de Ouro do 62º Festival de Cannes foi atribuída ao austríaco Michael Haneke para “Das Weisse Band”, no encerramento do certame, enquanto que o francês Jacques Audiard recebeu o Grande Prémio por “Un Prophète”. Com “Das Weisse Band”, Michael Haneke assina um filme a preto e branco que disseca os danos de uma educação ultra-repressiva muito em voga na Europa, no início do século XX. Jacques Audiard, cujo filme foi calorosamente recebido nas projecções do festival, declarou-se “atingido pela síndroma da impostura”.
O Prémio de Interpretação Masculina foi atribuído ao austríaco Christoph Waltz, de 52 anos, que desempenha o papel de um oficial das SS em “Inglorious Basterds”, de Quentin Tarantino, a quem agradeceu por lhe ter devolvido a fé na sua “vocação” de actor. A actriz francesa Charlotte Gainsbourg, de 37 anos, foi distinguida com o Prémio de Interpretação Feminina, pelo seu papel em “Anticristo”, do dinamarquês Lars von Trier.
O prémio do júri do 62º Festival de Cannes foi entregue ex-aequo à britânica Andrea Arnold, por “Fish Tank”, e ao coreano Park Chan-Wook, por “Thirst, ceci est mon sang”, um conto cruel e barroco sobre um padre que partiu para África e se transforma em vampiro.
O Prémio de Realização foi para o filipino Brillante Mendoza, por “Kinatay”, que denuncia os violentos assassínios cometidos por gangues, uma violência bem real segundo o realizador.
Lou Ye venceu o Prémio do Melhor Argumento, por “Nuits d’Ivresse Printanière”, que conta a história de uma paixão homossexual.
“Samson et Delilah”, do australiano Warwick Thornton, obteve a Câmara de Ouro, que distingue uma primeira longa-metragem apresentada nas selecções oficiais ou paralelas.
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