quinta-feira, 28 de maio de 2009

125 Anos do Jardim Zoológico de Lisboa


O Jardim Zoológico de Lisboa comemora, hoje, o seu 125º aniversário, mas as celebrações já começaram e prolongam-se por Junho. O mais antigo zoo da Península Ibérica continua a ser uma ilha de vida selvagem no coração de Lisboa e não pensa em mudar-se.

Este cenário já foi colocado no passado, nomeadamente quando se falou em construir um parque de diversões que viria a substituir a "defunta" Feira Popular, mas agora a administração garante que este é um espaço com muitas memórias, não estando prevista uma mudança de local, e destaca que uma das grandes mais-valias do Jardim Zoológico de Lisboa é, precisamente, a sua localização central. Fernando Salema Garção, administrador do zoo, salienta a acessibilidade, pela rede de transportes disponíveis.

Em resposta a perguntas enviadas por e-mail, o administrador do zoo de Lisboa lembra que a missão dos jardins zoológicos foi sofrendo reais alterações ao longo do tempo: hoje, eles não são apenas locais onde se pode ver animais exóticos; assumem um papel activo e fundamental na protecção e reprodução das espécies, funcionando como instituições vivas e em movimento. E é nesse sentido que tem evoluído a acção do parque.

O Jardim Zoológico de Lisboa tem apresentado resultados muito interessantes no capítulo da reprodução em cativeiro de espécies ameaçadas. O clima "universal" de Lisboa, mas também a qualidade das instalações e do pessoal, que potenciam o bem-estar dos animais, explicam estes sucessos. Entre os mais significativos contam-se o nascimento de uma girafa-de-angola (existem apenas cerca de 20 exemplares em cativeiro) em 2007, a primeira inseminação artificial bem sucedida na Europa de um tigre-da-sibéria (1997) ou o nascimento recente de crias de leopardo-da-pérsia, gibão-de-mãos-brancas, lémure-de-cauda-anelada, chimpanzé ou suricata.

A cooperação e intercâmbio com outros parques permite ir aumentando as espécies exibidas, mas também participar em programas fora de portas. O zoo de Lisboa está presente em várias acções, destacando-se a exploração de 1500 hectares de floresta em Madagáscar, com o intuito de reabilitar a fauna local, construir um eco-resort e envolver as populações locais no processo. Incluído em 66 programas europeus para espécies em perigo, o parque português coordena o do saguim-imperador.

De vez em quando, em vez de importar, o zoo exporta animais. E já o fez reintroduzindo no seu habitat natural animais criados em cativeiro. O caso mais emblemático foi o de um rinoceronte-preto fêmea, a Shibula, que foi reintroduzido em 1990 na África do Sul. Hoje, está no seu habitat natural e já teve diversas crias.

Dentro de portas, o esforço maior vai no sentido de dotar o parque de instalações cada vez mais "simpáticas" para os residentes, também uma forma de enriquecer a experiência proporcionada aos visitantes. Estes, sempre com as crianças na primeira linha (destinatárias da mensagem da importância da conservação da natureza), dispõem de um leque de atracções diversificado e de fácil acesso.


Passados 125 anos sobre a criação do parque idealizado e estruturado pelo holandês Van der Laan e pelos portugueses Bento de Sousa, Sousa Martins e May Figueira, o zoo continua a modernizar-se, mesmo se isso implica que haja sempre uma qualquer zona do parque transformada em estaleiro de obras.

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