O
Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves
alerta que o projecto da Câmara para a Segunda Circular pode pôr em
grave risco a aviação que opere no Aeroporto de Lisboa e a
população da cidade.
As
conclusões constam de um relatório técnico, a que a agência Lusa
teve hoje acesso, no qual o Gabinete de Prevenção e Investigação
de Acidentes com Aeronaves dá opinião técnica desfavorável ao
projecto de requalificação daquela via, por considerar que a
solução apresentada carece de suporte legal e pode pôr em grave
risco a aviação que opere no Aeroporto de Lisboa e todos os
habitantes da cidade.
O
projecto em causa está incompleto por não contemplar qualquer
alusão ao impacto ambiental que a arborização prevista (a
plantação de 7 mil e 500 árvores na zona envolvente da Segunda
Circular e mais de 500 exemplares ao longo do separador central)
poderá provocar no controlo da avifauna, nas imediações do
Aeroporto da Portela, afectando directamente as operações aéreas
relativamente à segurança aeronáutica, sustenta o documento.
O
Gabinete coloca reticências ao projecto por ser inadequado e
insuficiente na identificação de todos os impactos negativos na
biodiversidade daquela zona e na garantia da segurança dos aviões
que operam no aeroporto, devido à possibilidade de as aves colidirem
com as aeronaves.
O
relatório técnico foi enviado esta semana pelo Gabinete de
Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves para o
gabinete do secretário de Estado das Infraestruturas, Guilherme
d’Oliveira Martins, para o presidente do conselho de administração
da Autoridade Nacional de Aviação Civil, regulador do sector
aeronáutico, e para o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, o
socialista Fernando Medina.
O
projecto foi colocado em consulta pública (que termina a 29 de
Janeiro) sem ouvir as autoridades aeronáuticas sobre os impactos do
previsível aumento de aves perto do aeroporto.
A
proposta camarária tem como objectivo diminuir o tráfego de
atravessamento na Segunda Circular através da reformulação de
alguns acessos e dos nós de acesso ao IC19 (itinerário
complementar) e à autoestrada A1, encaminhando o trânsito para a
CRIL (Circular Regional Interior de Lisboa).
Prevê-se
também a redução da largura das vias, a montagem de barreiras
acústicas, a reabilitação da drenagem e do piso, a renovação da
iluminação pública e da sinalética e a diminuição da
velocidade, de 80 para 60 qulómetros/hora.
Fonte:
Lusa
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